A IGREJA E A CIÊNCIA

No presente século é impossível olharmos para os avanços científicos e desconsiderá-los. Nossas convicções são mudadas ou atualizadas constantemente. E, quando olhamos à nossa volta, onde está a Igreja mediante tanta evolução? Como manteremos nossos “discursos de fé”?

Talvez o maior impacto realizado por uma descoberta científica na história foi quando pensadores como Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, juntamente a outros pensadores, afirmaram que o sol era o centro do universo (heliocentrismo), ao invés da terra (geocentrismo). O que hoje é muito claro para nós, ao falarmos de sistema solar, já foi motivo de muita discussão e até condenações.

A igreja e a ciência se contrapuseram ao longo dos anos, enxergando um ao outro como oposição. Para os “cristãos”, era como se o saber fosse algo mau. O conhecimento era condenado, considerado ameaça à fé. Saber demais era perigoso. E, por outro lado, para os pensadores e cientistas, a religião se tornou algo irrelevante, ignorante.

Ciência é definida como “o corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente.”, ou seja,  até as teorias, que são apenas teorias, seguem diversas metodologias, cálculos matemáticos. Nada é achismo, mas sim fruto de muito empenho intelectual e raciocínio lógico. Respeitar esses estudos é um grande passo para a sanidade.

Então, como nós cristãos podemos hoje lhe dar com tamanhas descobertas?

Minha resposta atual para essa pergunta é: acreditar no que é comprovado, considerar as teorias, e conciliar a razão (avanços científicos) com a fé.

Se nós acreditamos que Deus criou o mundo e tudo o que nele há, assim como disse Paulo frente o Areópago, conforme o texto de Atos 17.24, “O Deus que criou o Universo e tudo o que nele existe é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários produzidos por mãos humanas.”, tudo o que existe vem de Deus e está debaixo de sua existência e sabedoria. Logo, estudar o que existe é estudar a Deus, ou, estudar o que Deus fez.

Quando olhamos para a ciência, vemos que seu esforço não é provar a inexistência de Deus, mas sim entender tudo o que há. A grande ambição do pensador é saber o que de fato é. A biologia, astronomia, geologia, todas as áreas de estudo e pesquisa são nada mais que entendimento do que existe. Quando em 1665, o cientista britânico Robert Hooke fez, pela primeira vez na história, a descrição de uma célula, ele estava descrevendo algo existente.

Penso eu que a ciência está muito mais para uma área dentro da teologia. Estudar a obra é também conhecer seu autor. Ao analisarmos um quadro de arte, podemos entender os sentimentos do autor, suas crenças, convicções, preferências. O apóstolo Paulo escrevendo aos romanos, no capítulo primeiro de sua carta, versos 20 a 23, disse: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis.”.

Concluindo, sejamos cristãos racionais e sãos. Vamos pensar, questionar, entender, refletir. Não vamos nos agarrar a “verdades” e nos afundarmos com elas ignorando o óbvio. Sei que essa postura exige bastante de nós. Mas, não seja um ignorante. Se hoje somos envergonhados mediante os avanços científicos é porque nos envergonhamos não avançando no amadurecimento de nossa fé. A Igreja está para trás nessa corrida. Não abandonem ou ignorem os estudos sobre a criação.

Que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com você!

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