Beneficência ou marketing pessoal?

Em meio a tanta maldade em nosso mundo, vemos pessoas se levantando para mudar essa triste realidade. Cristãos ou não, se levantam na iniciativa de mudar positivamente a vida de outros. Todavia, como vivemos em uma era digital, o registro dessas ações se torna quase inevitável. É fácil esbarrar com fotos e vídeos nas redes sociais de pessoas ajudando o próximo. Mas até que ponto a exposição é aceitável? O que está sendo promovido: o feito ou o feitor?

CONCEITOS

Antes de nos aprofundarmos no assunto a luz da Bíblia Sagrada, vamos observas os significados de “beneficência” e “marketing pessoal”.

  • Beneficência – ato, prática ou virtude de fazer o bem, de beneficiar o próximo; benfazer, filantropia.
  • Marketing pessoal – Ferramenta usada para promoção pessoal de modo a alcançar o sucesso. É uma estratégia usada para “vender” a imagem, e influencia a forma como as outras pessoas olham para quem a utiliza.

Com base nas definições acima percebemos claramente que elas se contrapõem. Resumindo, poderíamos dizer que: beneficência é para o outro e marketing pessoal é para o EU.

Agora familiarizados com os conceitos, vamos a palavra de Deus!

O SIGILO DA BENEFICÊNCIA

No início do capítulo seis do livro de Mateus, percebemos a descrição das instruções de Jesus Cristo acerca das boas ações, vejamos os quatro primeiros versos.

Mateus 6
1 Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.
2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;
4 Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.

  • SEJA DISCRETO: no primeiro verso desse capítulo vemos Jesus pedindo discrição a respeito das boas obras, ou, de acordo com a NVI (Nova Versão Internacional), das “obras de justiça”. O desejo inicial do Mestre referente  esse assunto é que não façamos promoção com a finalidade de que outro veja. Ou seja, as ações benevolentes não devem ser usadas para a autopromoção. E ainda avisa que se fizer com esse fim, não terá recompensa, aceitação de Deus.
  • NÃO CHAME ATENÇÃO: Cristo usa até o exemplo de “tocar trombetas”, se referindo ao ato de atrair a atenção das pessoas para o que você está fazendo. Esse ensinamento vai em conformidade ao primeiro que destacamos e trás mais uma vez a importância do segredo.
  • NEM EU DEVO SABER: Reflita comigo: de quem é a mão direita e a mão esquerda? A resposta é simples, da mesma pessoa. Nesse versículo aprendemos que nem mesmo nós devemos saber do realizado. Acredito que essa recomendação seja radical, a fim de evitar qualquer deslize nosso, para que não sejamos traídos pelo nosso coração ou para que não sejamos enganados por nós mesmos. Lembrar das beneficências que fizemos pode nos trazer um sentimento de superioridade, nos fazendo cair no erro da soberba.

Em seguida, no verso quatro, Jesus fala do sigilo total usando a palavra secreto, ou segredo, em algumas versões. Repare que Ele deixa claro que o Pai deve ser o único confidente. E Deus, em sua infinita bondade, sendo o único a ver em secreto a sua boa ação, te recompensará.

CONCLUSÃO

Obedeça os ensinamentos do nosso Senhor. Vamos fazer o bem, ajudar nosso próximo!

Entretanto, não podemos em momento nenhum deixar a ação beneficente se tornar um meio de nos promovermos, ou de nos beneficiarmos de alguma forma.

Quando fizer o bem, guarde o celular. Faça isso em secreto! Quem precisa ver, já está vendo.

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