CRER É TAMBÉM PENSAR – John Stott

“Ninguém deseja um cristianismo intelectual, frio e apático. No entanto, será que isso significa que devemos evitar o “intelectualismo” a todo custo? Será que o que realmente importa é a experiência e não a doutrina?”

É com esses questionamentos de Stott que o prefácio da primeira edição de “Crer é também pensar” inicia as pertinentes exposições acerca da fé e da razão nessa obra. O que primeiramente foi um discurso na Conferência Anual da Inter-Varsity, em 1972, tornou-se um livro pequeno, direto e valioso, para qualquer cristão em sua caminhada.

John Stott, além de esclarecer o significado da fé, esforça-se em combater o anti-intelectualismo cristão. A fim de retornar a razão para a vida cristã, ele ressalta a importância da racionalidade como característica humana existente desde a Criação. Também expõe a insuficiência da experiência como único meio de alcance/adoração a Deus. Pois, se a mente humana sofre consequências da Queda, igualmente a emoção humana existe nessa mesma condição. Por isso não é coerente desapegar-se de um e apegar-se a outro.

Sua contribuição se faz muito destacada quando no capítulo três, A mente na vida cristã, clareia o significado de através de afirmativas como: “Fé não é credulidade”; “[…] fé não é otimismo”. Mas, “Fé é confiança racional — uma confiança que se apoia de forma refletida e segura na fidelidade de Deus”. Dessa forma ele coloca a fé e a razão em uma relação de dependência.

Por fim, expõe que o conhecimento deve levar o crente à adoração, à fé, à santidade e ao amor. Voltando à citação inicial, o cristianismo revelado em Jesus jamais será “intelectual, frio e apático“, como também não será limitado às experiências subjetivas. A verdadeira adoração deve contemplar toda a constituição da vida humana – razão, emoção e espiritualidade. O desuso de uma dessas partes resulta na incompletude do crer. Quem crê, conhece o que crê, sente a fé e reconhece sua origem espiritual.

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  1. Ronaldo disse:

    Mais um texto muito bom, parabéns.

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