Irmãos, precisamos de LIVES?

Antes de te escandalizar já respondo que “SIM”, a transmissão online é uma ferramenta incrível e que deve ser usada com sabedoria. Entretanto, quero pensar com você sobre o “mas”. Ou seja, nesse momento de isolamento social as lives de cultos que hoje alcançam número recorde em nossa redes  são mesmo necessárias? É necessário ter inúmeras igrejas ao mesmo tempo criando conteúdo semelhante? Quero te convidar a pensar um pouco sobre esse assunto. Prossigamos!

ANTES DA CRISE

O mundo era um lugar onde as pessoas se locomoviam freneticamente. Nós íamos às igrejas, preferencialmente aos domingos. Aquelas que podiam, realizavam a transmissão online de suas programações. Uma iniciativa muito interessante, pois aqueles irmãos que não podiam participar da reunião por algum motivo, tinham a oportunidade de congregar mesmo distantes. Pessoas de longe, debilitadas, ou incapazes de comparecer a reunião habitual, passaram a poder participar nas suas igrejas de forma virtual. Era uma forma de estar perto mesmo estando distante. Certamente muitas vidas já foram abençoadas através dessa ferramenta.

E, apesar de várias igrejas transmitirem seus cultos, muitas vezes simultaneamente, as pessoas queriam assistir a reunião de suas comunidades. Ali estava seu pastor, seus amigos. Era possível estar com os irmãos mesmo longe deles. Tínhamos a ceia, os batismos, tudo isso disponível aos que não podiam comparecer.

DURANTE A CRISE

O mundo “parou”. A mobilidade foi reduzida significativamente. Em nosso país os cultos ou qualquer outra reunião que aglomerasse um número considerável de pessoas foram vetados. Assim, os famosos cultos de domingo pararam de ser como de costume, com os mais altos índices de presença da semana. As igrejas, de portas “fechadas”, consideraram o online uma forma de manterem suas programações ativas.

Dessa forma, iniciou-se uma enxurrada de lives, principalmente nos dias e horários de culto, como por exemplo nos domingos à noite. Cada comunidade passou a usar suas ferramentas ou seus recursos para entregar aos seus “telespectadores” o melhor que podiam. Porém, diferente da realidade anterior, agora os cultos passaram a contar apenas com o ministério de louvor, o preletor ou pastor, e a equipe por traz da transmissão, salvo as exceções. A igreja mudou a forma de cultuar para se adequar a crise.

MAS

Como disse no início, não há erro algum em um igreja realizar cultos online, seja antes ou no meio da crise. MAS, qual tem sido a intenção dessas transmissões? Qual sentimento tem movido essa prática? Será que o rebanho em meio a crise precisa apenas de cultos online? Antes tínhamos a transmissão online do culto, mas agora o que temos é um culto online, ou talvez a simulação de um. Essas perguntas não foram levantadas para serem respondidas, mas para serem analisadas, despertando em você uma crítica para o que talvez esteja acontecendo.

Infelizmente, creio que muitos estão gostando até demais desse novo modo de cultuar. Antes, para ter o que hoje chega à porta, muitos precisavam sair de suas casas, correr os riscos do ir e vir, encontrar um lugar no estacionamento e nos bancos da igreja. Tudo isso para assistir um culto. Porém, agora chegamos na situação ideal para esses muitos. Não é preciso mais ir, pois nem isso nos é exigido mais. Basta um “clique” para recebermos nosso leite (Hb 5.12). Se antes muitos faziam da igreja uma sessão de cinema, agora se alegram com a alternativa Netflix.

CONCLUSÃO

Contudo, quero deixar algumas simples palavras a você. Primeiramente, aos líderes e pastores digo:

Amados irmãos em Cristo, líderes e pastores, cuidem de suas ovelhas (Jo 21.17). Elas precisam de bem mais que um culto de domingo. Se esforcem para que os cordeirinhos se tornem ovelhas. Essa crise tem revelado o nível de maturidade espiritual dos nossos irmãos em Cristo. O rebanho precisa se tornar forte, comer alimentos sólidos (Hb 5.14), para que quando vierem os momentos de crise e escassez consigam perseverar na fé. “Cuidem das minhas ovelhas”.

Continuando, encerro escrevendo a você, irmão meu, servo do Senhor Jesus Cristo, dizendo:

Amado irmão em Cristo, ame a Deus de todo o vosso coração e ao próximo como a ti mesmo (Mt 22.37-39). Confie em Deus e seja perseverante na fé. Não se contente apenas em se alimentar de lives, o pão (Jo 6.35) também está na sua mesa. Nesse momento de isolamento social e mais tempo livre, dedique-se em crescer espiritualmente. Leia mais a Bíblia, leia bons livros. “Ore sem cessar” (1Ts 5.17), interceda pelas nossas autoridades (1Tm 2.1-2), ore pelos enfermos e necessitados. Ajude quem puder ajudar. Ame sua família e cuide dela. Esposo e esposa, se amem como Cristo os amou (Ef 5.25). Tenha saudade dos cultos, mas não apenas do evento, mas das pessoas. Elas são quem realmente importa. Cresça em Cristo (Ef 4.15).

Que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo seja contigo!

1 comentário Adicione o seu

  1. Ronaldo disse:

    Uma reflexão muito boa, que Deus continue abençoando a sua vida, esposa e filho.

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