Alguns meses atrás, em meio aos meus pensamentos surgiu um questionamento: o que tem no escuro que tanto nos assusta? Por que os cenários de filmes de terror são marcados por pouca luz? Por que o escuro tem fama de ser, ou é assustador?

A ausência da luz nos traz uma sensação ruim, nos incomoda.

Então me perguntei: Será que essa sensação é apenas algo psicológico ou teria alguma relação com o espiritual?
Como alternativa de um cristão confuso, fui procurar uma resposta na Verdade, ou seja, na Bíblia Sagrada.

Sendo assim pude pensar em algumas coisas interessantes que talvez você também deva saber.

A LUZ É BOA

Gênesis 1.3-5

3. E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
4. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.
5. E Deus chamou à luz Dia, e às trevas Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

A palavra “treva”, segundo o dicionário online Priberam, significa “Ausência completa de claridade ou de luz”.

Neste trecho da narrativa bíblica podemos observar a criação do mundo, ou universo.
A primeira coisa que Deus cria é a luz. E ele vê que a luz é boa. Depois Deus separa a luz das trevas.

Esses três são pontos importantes no texto, pois definem quem criou a luz, a qualidade da luz, e a relação dela com as trevas.

Se a luz (que é boa) foi separada das trevas, logo penso que a treva não é boa. Se algo não é bom, este algo é ruim. A treva não era boa porque não pôde subsistir com o que era bom.

DEUS É LUZ E ESTÁ NA LUZ

1 João 1.5-7

5. E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhuma.
6. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade;
7. mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.

Deus é luz e está na luz, é isto o que João nos diz. Ele não é treva.

A grande questão ao analisar luz e trevas na Bíblia é saber de que plano se está falando: espiritual ou físico. Mas nós somos seres físicos que tem parte espiritual. Não tem como falar que a vida, o fôlego, a alma de alguém é física.

Acredito que esta insatisfação com o escuro vem da nossa parte espiritual. O escuro nos faz lembrar das trevas, que na esfera espiritual seria como que um lugar ausente de Deus. Então quando nos deparamos com o escuro, temos essa sensação, de ausentes de Deus, o que nos apavora, o que nos faz pensar que aquele ambiente possui a presença do que não é Deus, ou seja, o mal (demônios, seres malignos).

DEUS NÃO PODE ESTAR NO ESCURO?

Não é isso. Como eu falei, o escuro nos faz ter uma sensação de ausência de Deus, por nos fazer lembrar de trevas, de algo ruim. Um ambiente escuro pode ter sim a presença de Deus, pois Ele vai estar onde achar necessário.

Apagar a luz não é tirar a presença de Deus de um lugar.

Por exemplo, se você for entrar em uma sala escura ficará incomodado, ou talvez com medo. Mas, se você entrar nessa mesma sala escura, só que agora está acontecendo um culto de adoração a Deus nela, e existem pessoas adorando o Pai, e a presença de Deus se faz presente ali, nem passará pela sua cabeça aquele incomodo de antes. Isso se deve ao fato de você estar na presença de Deus, o que te acalma, te encoraja.

E O CÉU? TERÁ NOITE?

A resposta está na revelação da Cidade Santa, que João descreveu no livro de Apocalipse.

Apocalipse 21.23, 24

23. A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
24. As nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória.

Está claro (nos dois sentidos). João menciona dois corpos celestes que são símbolos de luz no nosso mundo, e declara que eles não serão necessários.

O sol e a lua tinham a função, dentre outras, de iluminar a terra.

Gênesis 1.14-18

14. E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;
15. e sirvam de luminares no firmamento do céu, para iluminar a terra. E assim foi.
16. Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.
17. E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra,
18. para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.

Só que no céu não será necessário um sol, ou uma lua para nos iluminar, pois a glória de Deus fará isso. A luz é uma característica divina.

Analisando este texto podemos acreditar que no céu será como nos nossos dias, ou seja, claro, iluminado. Não terá noite, treva, ausência de luz.

A presença de Deus tem como característica a luz. A Bíblia relata um homem que esteve na presença de Deus, que falou com Ele face a face, e esse homem era Moisés.

Êxodo 34:29,30

29 E aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai trazia as duas tábuas do testemunho em suas mãos, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com ele.
30 Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; por isso temeram chegar-se a ele.

Um dos significados de resplandecer é “emitir luz própria”. Moisés desceu do monte com uma característica de Deus, a luz.

CONCLUSÃO

O que te assusta não é a ausência da luz, mas sim a aparente ausência de Deus.

Obs: A respeito dos luminares que vemos em Gênesis, sol e lua, que fique claro a situação da lua, pois ela não possui luz própria, mas sim reflete a do sol. Porém é importante lembrar que quem escreveu foi um observador que viveu nos primeiros séculos do mundo habitado, ou seja, concluir que a lua tinha luz própria era algo inevitável.